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Entrem e fiquem a vontade... Aqui, deixo registrado um pouco do que tenho vivenciado. Fiquem com Deus.

domingo, 6 de novembro de 2011

"Podeis beber o cálice?" - III

Caros leitores, aqui está o terceiro e último texto extraído do livro "Podeis Beber o Cálice?" do Pe. Henri. J. M. Nouwen.


Beber o cálice da vida faz nosso tudo o que estamos vivendo. Isso quer dizer: “Esta é minha vida”, mas também: “Quero que esta seja minha vida”. Beber o cálice da vida é se apropriar completamente e internalizar nossa existência sem igual, com todas as suas tristezas e alegrias.
Não é fácil fazer isso. Por muito tempo podemos não nos sentir capazes de aceitar nossa própria vida; podemos continuar lutando por uma vida melhor ou pelo menos por uma vida diferente. Muitas vezes, um profundo protesto contra o nosso “destino” surge em nós. Não escolhemos nosso país, nossos pais, a cor de nossa pele, nossa orientação sexual. Nem mesmo escolhemos nosso caráter, nossa inteligência, nossa aparência física ou nossas maneiras. Às vezes queremos fazer tudo o que é possível para alterar as circunstâncias de nossa vida. Desejamos estar em outro corpo, viver em outra época ou ter outra mente! Um clamor pode vir do mais profundo de nosso ser: “por que tenho que ser esta pessoa? Não pedi para ser assim e não quero ser assim”.
Mas gradualmente, à medida que passamos a aceitar nossa própria realidade, olhar com compaixão nossas próprias tristezas e alegrias, e à medida que descobrimos o potencial único de nossa forma de estar no mundo, podemos superar nosso protesto, trazer o cálice de nossa vida até nossos lábios e bebê-lo, devagar, com cuidado, mas até o fim.
Como então podemos, em nosso cotidiano comum, beber nosso cálice, o cálice da tristeza e o cálice da alegria? Como podemos nos apropriar inteiramente do que nos é dado? De certa forma sabemos que quando não bebemos nosso cálice, e assim evitamos a tristeza e a alegria de viver, nossas vidas tornam-se sem autenticidade e sinceridade, vidas superficiais e desinteressantes. Nós nos tornamos bonecos movidos para cima e para baixo, para a esquerda e para a direita pelos manipuladores deste mundo. Tornamo-nos objetos, sim, vítimas dos interesses e desejos de outras pessoas. Mas não temos de ser vítimas. Podemos escolher beber o cálice de nossa vida com a profunda convicção de que ao bebê-lo encontraremos nossa verdadeira liberdade. Assim, descobriremos que o cálice de tristeza e alegria que bebemos é o cálice da salvação.

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